VERA LÚCIA NOCCHI CARDIM1,*; JULLYANA HEINEN PEIXOTO1; ALESSANDRA DOS SANTOS SILVA1
Introdução: Muitos pacientes portadores de sequência de Pierre Robin (micrognatia,
glossoptose e obstrução de via aérea) apresentam o músculo genioglosso
alterado, encurtado e retrátil, que impede a protração lingual, mantendo a
parte anterior da língua verticalizada e seu volume deslocado em direção
posterior. Isso pode corroborar para obstrução supraglótica, dificuldade
alimentar e inversão das forças de estímulo do crescimento do corpo
mandibular.
Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes com Pierre Robin tratados entre 2012 e 2017
pela equipe, com descrição da "ortoglossopelveplastia", que propõe uma
modificação na glossopexia, soltando o genioglosso anômalo da sua inserção,
liberando a língua para elevar seu terço anterior e avançar o volume de sua
base, sendo auxiliada por ponto de tração da base lingual à sínfise
mandibular. Apresentamos um algoritmo de tratamento proposto que prioriza a
necessidade desta cirurgia, associada ou não à distração mandibular, de
acordo com a gravidade da dificuldade respiratória e/ou alimentar.
Resultados: São apresentados 12 casos de obstrução da orofaringe atendidos de 2012 a
2017, discutem-se suas prioridades, a ortoglossopelveplastia e se aplica o
algoritmo proposto.
Conclusão: A reorganização anatômica da musculatura em uma posição anteriorizada correta
proporciona protração e funcionalidade à língua, com desobstrução da via
aérea na orofaringe, melhora da função alimentar e do desenvolvimento
mandibular, com baixa morbidade cirúrgica e poucas complicações.