GUILHERME BERTO ROÇA1,*; BRUNA FERREIRA BERNERT2; RENATO SILVA FREITAS2
Introdução: Abdominoplastia consiste em um dos procedimentos estéticos mais populares
realizados no Brasil. Pacientes pósbariátricos representam um desafio
peculiar ao cirurgião plástico, uma vez que não só requerem reconstruções
complexas, mas também apresentam comorbidades residuais e deficiências
nutricionais. O tromboembolismo venoso (TEV) constitui uma complicação grave
e potencialmente fatal da abdominoplastia. Apesar da pequena frequência
desta complicação, os métodos aceitos como padrões para prevenção de TEV em
pacientes após abdominoplastia, incluindo quimioprofilaxia, permanecem
controversos.
Objetivo: Avaliar a experiência do autor com rivaroxabana para profilaxia de TEV em
pacientes submetidos a abdominoplastia após grande perda ponderal.
Métodos: Uma série de 396 casos foi conduzida retrospectivamente. Todos os pacientes
submetidos à abdominoplastia após cirurgia bariátrica que receberam
rivaroxabana foram incluídos. A dose profilática foi de 10mg por dia. Dados
demográficos, comorbidades, tipo de cirurgia e complicações foram
registrados.
Resultados: 396 casos de pacientes pós-bariátricos (356 mulheres e 40 homens) foram
submetidos à abdominoplastia e receberam rivaroxabana no pós-operatório, de
julho de 2015 a julho de 2018. A média de idade dos pacientes foi de 39,1
anos. O índice de massa corporal médio no momento da abdominoplastia foi de
27,2kg/m². Houve apenas um caso de tromboembolismo venoso (0,25%). Treze
pacientes apresentaram hematoma com necessidade de drenagem.
Conclusões: A quimioprofilaxia de rotina com rivaroxabana para pacientes submetidos à
abdominoplastia após grande perda ponderal revela uma baixa incidência de
TEV. Esta medicação oral é bem tolerada e apresenta um perfil de complicação
aceitável.