http://dx.doi.org/10.5935/2177-1235.2019RBCP0144
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Sugery 268 - 273
 

Rivaroxabana para profilaxia de tromboembolismo venoso em abdominoplastia após grande perda ponderal: 396 casos

Rivaroxaban for venous thromboembolism prophylaxis in abdominoplasty after massive weight loss: 396 cases

GUILHERME BERTO ROÇA1,*; BRUNA FERREIRA BERNERT2; RENATO SILVA FREITAS2

Resumo

Introdução: Abdominoplastia consiste em um dos procedimentos estéticos mais populares realizados no Brasil. Pacientes pósbariátricos representam um desafio peculiar ao cirurgião plástico, uma vez que não só requerem reconstruções complexas, mas também apresentam comorbidades residuais e deficiências nutricionais. O tromboembolismo venoso (TEV) constitui uma complicação grave e potencialmente fatal da abdominoplastia. Apesar da pequena frequência desta complicação, os métodos aceitos como padrões para prevenção de TEV em pacientes após abdominoplastia, incluindo quimioprofilaxia, permanecem controversos.
Objetivo: Avaliar a experiência do autor com rivaroxabana para profilaxia de TEV em pacientes submetidos a abdominoplastia após grande perda ponderal.
Métodos: Uma série de 396 casos foi conduzida retrospectivamente. Todos os pacientes submetidos à abdominoplastia após cirurgia bariátrica que receberam rivaroxabana foram incluídos. A dose profilática foi de 10mg por dia. Dados demográficos, comorbidades, tipo de cirurgia e complicações foram registrados.
Resultados: 396 casos de pacientes pós-bariátricos (356 mulheres e 40 homens) foram submetidos à abdominoplastia e receberam rivaroxabana no pós-operatório, de julho de 2015 a julho de 2018. A média de idade dos pacientes foi de 39,1 anos. O índice de massa corporal médio no momento da abdominoplastia foi de 27,2kg/m². Houve apenas um caso de tromboembolismo venoso (0,25%). Treze pacientes apresentaram hematoma com necessidade de drenagem.
Conclusões: A quimioprofilaxia de rotina com rivaroxabana para pacientes submetidos à abdominoplastia após grande perda ponderal revela uma baixa incidência de TEV. Esta medicação oral é bem tolerada e apresenta um perfil de complicação aceitável.

 

 

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